Cão Como Nós, de Manuel Alegre.
Neste livro encontramos o amor humano do autor e família, que se conjuga com o sentir de emoções pelo cão, Kuricas, que os aceita todos com a sua forma de amar. Não liga a regras; quer ser ele próprio. Existir pela diferença. Todos se ligam a ele com Amor fraternal. Todo o livro nos transporta a momentos em que sorrimos, outros entristecemos. Por vezes fica a sensação que nos quer dizer algo, apenas com o olhar. Outras vezes fica perdido nos seus pensamentos, não ligando aos membros da família. Estaria zangado? Também ele tem direito a ter momentos menos propensos à brincadeira, ou ficar apenas com seus pensamentos. A sua morte deixa um vazio. Um vazio de espaço e na alma. É uma despedida abrupta. A morte é sempre uma despedida sem volta. Ficam recordações, que amortalhamos em nós próprios. Somos túmulos de silêncios...
O mais importante é saber que estamos prontos para amar e cuidar de um animal; seja cão, gato ou outro. A responsabilidade é a mesma. Ao aceitarmos um animal em casa, sabemos que tudo muda. O nosso tempo tem de ter incluído, um tempo, para desfrutar da sua companhia e vice-versa. Ao meu cão Sandy, um eterno olhar de despedida...
Cecília Pedro
Comentários
Da mesma forma que o tempo inicial se foi estreitando até Einstein – que não era poeta – descobrir que afinal já não havia tempo, era tudo espaço, também eu, quando mais tarde regressei a MA – “Cão como nós”, ou outro – percebi que já não havia "momento inicial". E um poeta tem que ser capaz de regressar sempre a um qualquer “momento inicial”.
nelson
É no entanto, indubitavelmente, uma das figuras do Portugal do séc. XX. Poeta, combatente antifascista, lutador pelos ideais democráticos.
Gostei que a Cecília o tivesse trazido aqui.
Quinteiro