Autarquias, Partidos, Empreiteiros e Corrupção
“Ao longo das últimas décadas, o
imobiliário tem sido um dos poderes mais resilientes, como agora se diz, na
sociedade portuguesa. Foi um dos motores da acumulação financeira, concentrou investimentos
e favores, promoveu a corrupção nas autarquias através da maquinaria da
reclassificação de terrenos que permitiu mais-valias generosas e estimulou o
desordenamento territorial que faz de algumas das nossas cidades montras do
absurdo. O imobiliário foi rei, em parceria com partidos políticos, Governos,
poderes locais. Foi um centro de redistribuição de lucros e apetites. Foi o
lado obscuro da banca. Criou fortunas. Ao longo deste século, foi também o
farol da especulação e o epicentro da crise mundial de 2008 e da recessão que
se lhe seguiu, em que bancos caíram como castelos de cartas e os Estados se
endividaram para os proteger. Agora, regressa ao centro das atenções e pelos
piores motivos.” (Francisco Louçã, Expresso de 30.12.2021)
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Juro a pés juntos – com “figas" e
tudo – que ao ler o que Francisco Louçã
escreveu sobre o lóbi do imobiliário, envolvendo empreiteiros, partidos,
autarquias – municípios e freguesias – nem uma só vez me assaltou a ideia que
algo de semelhante pudesse alguma vez ter acontecido, estar ou vir a acontecer
na região onde moro: Miranda do Corvo. Deus me livre! Credo! Jamais! – Nem
todos são iguais. (Exceto no uso desta expressão que, como se sabe, em regra diz
o contrário do que pretende dizer. Trata-se de uma expressão da mesma família desta
outra: “chico esperto”. Sempre que se ouve, é certo e sabido que temos discurso
de … “chico esperto”).
nelson anjos
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