Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2023
  Breve História da Democracia          Muito embora a tendência para a pulverização, que se tem vindo a verificar na intervenção política através da forma convencional partido , não pode deixar de ser com alguma estranheza que, em sentido contrário, se vá assistindo ao estreitar do espaço ideológico – cada vez mais reduzido a uma social democracia alargada. Onde, para além das referências PS e PSD, acossados pelos ventos da história procuram também abrigo refugiados de proveniência diversa, parasitando restos de credos antigos, doutrinas e ideologias. Que apenas o preconceito, ou aspetos secundários, teimam ainda em afirmar diferenças, onde já não existe outra coisa que não seja uma conformada monotonia de cemitério.        Não sei se foi disto que quis falar – ou disto também – Pacheco Pereira, em artigo no Público , em data ainda não muito distante, ao referir que o PCP não era já aquele partido de extrema-es...
  De Trump a Putin A Guerra Contra a Democracia          Do curriculum do autor de “ DeTrump a Putin – A guerra Contra a Democracia ”, Álvaro de Vasconcelos, destaca-se na primeira linha a sua atividade como investigador no CEIS20 na Universidade de Coimbra. Ora, como se sabe, a investigação, seja em que área do conhecimento for, tem como objetivo descobrir – ou produzir – o novo . Algo que dá muito trabalho e que não descobri neste livro.        Nem o facto de se tratar de crónicas importadas da atividade de jornalismo, género de que se dirá ser pouco afeito à apresentação de teses – não se pedia tanto – justifica a total ausência de algum odor, que fosse, a novidade. Ainda assim, o “sabor a pouco” não justifica palavras de maior desmerecimento da obra.        O conjunto de crónicas publicadas no jornal Público , entre os anos 2015/2022, que fazem objeto do livro, proporcionam ...
  As Cativações da “Democracia”          Os últimos acontecimentos relacionados com a crise da democracia brasileira – apenas mais um caso da crise global da democracia – levaram-me a mais uma leitura da entrevista concedida por António Costa à revista Visão (15-12-2022). O seu pior momento não está naquela expressão assassina – “habituem-se!” – que animou a chicana em que se transformou o debate político na taberna social da terra. Ou na pose pombalina da foto que fez a capa da revista. Não sou santo e rir faz bem à saúde: associei-me também à festa com o modesto contributo que a propósito aqui deixei.        Mas aquilo que, na entrevista, deve merecer uma reflexão mais aturada, e que poderá ter passado despercebido no burburinho gerado pelo ridículo, é a conta em que, não apenas António Costa mas uma parte significativa da casta política em geral, tem os cidadãos, no seu conjunto. E que se encontra sintetizada...
  A Casta        Nalgum momento, face a uma ou outra intervenção pública de Francisco Louçã, que me pareceu de registo mais cordato, terei sido acometido pelo fantasma da “cadeira”; e dar comigo a interrogar-me: será que o assento no Conselho de Estado estará a amolecer o Louçã? Logo agora, que todos são cada vez menos e se avizinham maus tempos? – e murmurei, para comigo mesmo, mais uns quantos “raios e coriscos”.        A habitual rubrica do Expresso (30-12-2022) – O Estado da Noção – veio sossegar-me. E, se alguma vez fiz eco público das minhas dúvidas, aqui deixo o meu mea culpa . Pode ler-se no semanário, com o título “ Casos e casinhos, ou como ser governado por uma casta” , a propósito do rosário de casos “Alexandra Reis” que os diversos executivos têm vindo a desfiar ao longo dos anos, sem pausa entre duas Ave Marias . No princípio era… o princípio : “(…) Malgrado a polémica historiográfica, vou tomar como a...