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O senhor é parvo

 

O senhor é parvo

Parvo é o senhor

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Ministro de Guerra

Guerra Junqueiro

Junqueira Alcântara

Alcântara-Mar

Mar da China

China Xangai

Xian-Kai-Xeq

Xeque-mate

Mate o senhor

O senhor é parvo...

 

Luísa Ducla Soares

 

Há um tempo estive numa conferência dedicada ao ensino na infância onde uma senhora oradora defendia o envolvimento das crianças só e apenas em “emoções positivas” para que o seu desenvolvimento fosse harmonioso e equilibrado.

Não me dedico ao estudo exaustivo do envolvimento emocional das crianças mas parece-me que o desenvolvimento completo do ser humano deve passar por todas as cambiantes emocionais possíveis e imaginárias, e que isso sim, é positivo.

Foi com imenso espanto que descobri que existe quem defenda, de facto, que as crianças só podem ter contacto com aquilo que definem como sentimentos positivos (alegriazinha, felicidadezinha, amizadezinha...).

A minha crítica no momento da conferência foi mal aceite, provavelmente por nem sequer a ter exposto de uma forma coerente, tal foi a minha estupefação, mas discordo absolutamente com toda a ideia.

Retirar a um ser humano, criança ou não, a possibilidade de sentir e compreender a tristeza, a saudade, o ciúme, a inveja... é amputar-lhe uma parte do ser humano que se pretende pleno. Esta falta é tanto mais grave quanto mais invisível é a parte amputada. Ninguém se preocupa muito com alguém que está sempre feliz...

A lenga-lenga d’O senhor é parvo é genial para, com crianças, brincar à ofensa, à palermice, ao non sense... Também serve muito bem para, com adultos, dizer: A senhora é parva!

Rita Anjos

Comentários

Claro que estou totalmente de acordo com a Rita. A premissa de que parto é que, antes de mais, a criança é pessoa. E não vejo razão que legitime a interdição, a qualquer pessoa, do acesso ao conhecimento de alguma parcela da realidade.

nelson anjos
Acho que as crianças têm de estar a par de todas as emoções; sejam elas de alegria, tristeza, amizade, confiança, inveja, ciúmes e outras mais, para poderem enfrentar o seu próprio caminho no mundo! Têm de perceber que nem tudo é belo, que os idosos não são um incómodo na vida, mas sim, pessoas que tiveram vivências que nos podem levar a outros conhecimentos, percepções , com um olhar diferente. Que a morte é uma realidade, assim como o caminhar de cada um, para a velhice, pois a beleza física e a vida, não têm eternidade.

Cecília Pedro
Francisco Anjos disse…
Um crescimento harmonioso, livre de qualquer negativismo. Eis como não preparar toda uma geração para a vida, habituando as crianças à não contrariedade, ao não saber ouvir "não" e ao acreditar que se é o centro do mundo. E o pior é que as teorias descritas pela Rita grassam no mundo contemporâneo.

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