O senhor é parvo
Parvo é o senhor
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Guerra Junqueiro
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Alcântara-Mar
Mar da China
China Xangai
Xian-Kai-Xeq
Xeque-mate
Mate o senhor
O senhor é parvo...
Luísa Ducla Soares
Há um tempo estive numa
conferência dedicada ao ensino na infância onde uma senhora oradora defendia o
envolvimento das crianças só e apenas em “emoções positivas” para que o seu
desenvolvimento fosse harmonioso e equilibrado.
Não me dedico ao estudo exaustivo
do envolvimento emocional das crianças mas parece-me que o desenvolvimento
completo do ser humano deve passar por todas as cambiantes emocionais possíveis
e imaginárias, e que isso sim, é positivo.
Foi com imenso espanto que
descobri que existe quem defenda, de facto, que as crianças só podem ter
contacto com aquilo que definem como sentimentos positivos (alegriazinha,
felicidadezinha, amizadezinha...).
A minha crítica no momento da
conferência foi mal aceite, provavelmente por nem sequer a ter exposto de uma
forma coerente, tal foi a minha estupefação, mas discordo absolutamente com
toda a ideia.
Retirar a um ser humano, criança
ou não, a possibilidade de sentir e compreender a tristeza, a saudade, o ciúme,
a inveja... é amputar-lhe uma parte do ser humano que se pretende pleno. Esta
falta é tanto mais grave quanto mais invisível é a parte amputada. Ninguém se
preocupa muito com alguém que está sempre feliz...
A lenga-lenga d’O senhor é parvo
é genial para, com crianças, brincar à ofensa, à palermice, ao non sense...
Também serve muito bem para, com adultos, dizer: A senhora é parva!
Rita Anjos
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Cecília Pedro