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A mostrar mensagens de novembro, 2021
  Através da leitura deste livro, que nos leva aos anos cinquenta do século XX, chegamos a uma vivência de uma menina de onze anos, que entre os dias de pobreza, mas cheios de ternura, é conduzida e entregue a outra família, para que possa crescer e aprender a ser Mulher, chamava-se Mariana!        Toda a história de vida é contada a partir de uma troca de cartas entre pai e filho; filho este que foi recebido com muito Amor e toda a ternura de um casal sofrido por não poder ter filhos, e que ao mesmo tempo, sentiu na pele as farpas do antigo regime. Mariana representa a mulher de classe baixa, sendo empregada doméstica. Tem boa aparência física e chama a atenção do sexo masculino. Ela sonha com um Amor verdadeiro, por isso guardasse para essa pessoa. Infelizmente, numa noite é violentada, pelo filho mais novo dos seus patrões. Nada é dito... Mariana transporta toda a sua dor, ao longo do tempo... Existe nos silêncios mais palavras do que a voz pode acrescentar. ...
  “O Retorno” foi publicado em 2011 e recebeu os prémios Especial da Crítica e do Livro do Ano  do Público e do Expresso …… Penalizo-me por só agora ter descoberto a Dulce Maria de Carvalho ao ler este seu romance e a ”Autobiografia Não Autorizada”.   Sobre o romance: É um documento da nossa história recente vista pelos olhos de um jovem de 15 anos que em 1975 vem parar à Metropole, onde nunca tinha estado, na condição de retornado. Quem nessa época já fizesse pleno uso das suas capacidade de observação e consciência, poderá hoje revisitar na sua memória todos aqueles acontecimentos mesmo estando do outro lado da barricada, isto é, como quem diz não sendo retornado. Chamei-lhe barricada, e foi mesmo a palavra que me surgiu, pois havia uma tensão latente entre os que chegaram, trazidos pela necessidade de fugir à guerra e a uma terra que deixara de ser a deles, e os que cá estavam, num país que acabara de acordar com a revolução. O que o jovem Rui vê quando chega à Metropo...
  Regresso ao José Luís Peixoto... os leitores mais assíduos que me perdoem a insistência. Disse a vários amigos (porque conversas sobre livros e autores que ficam a viver dentro de mim, como se fossem um bocado meu que desconhecia, desses só é possível falar com aquelas pessoas com quem se tem amizade) que no dia em que for anunciado o Nobel da Literatura ao José Luís Peixoto, não ficarei, de todo, surpreendida. Será apenas a constatação de algo inevitável. Na Autobiografia José entrança-se com José Saramago em tempos diferentes mas, apesar desse detalhe, simultâneos; José faz-se autor do livro que algum personagem lê no desenrolar da ação; José faz-se confidente do leitor deste romance, entra no pensamento, nas memórias, lembra-nos nomes... ...lembro-me do professor Ruben Fonseca explicar o que é metacognição. Lembrei-me disto e ocorreu-me que este romence seria um exercício de metaliteratura. Não o disse a ninguém, mas é. E...
  A Confissão da Leoa Mia Couto   Em  A Confissão da Leoa , Mia Couto, à semelhança do que tem acontecido com os seus livros mais recentes, inventa menos palavras. Acaba por ser um livro menos fantasioso, menos mágico na forma como nos envolve na leitura, no entanto, a história não parece perder com esta escrita mais séria de Mia Couto. Se calhar por ser um livro que fala de um tema sério, o espaço para interpretações não devia ser tanto. A história de  A Confissão da Leoa  é narrada a duas vozes, a de Mariamar, habitante da aldeia de Kulumani, que tem sido assolada por diversos ataques de leões, e Arcanjo Baleiro, o caçador contratado para matar os leões que ameaçam os habitantes da aldeia. Curiosamente todas as vítimas dos leões, até agora, foram mulheres e os leões acabam por ser apenas uma leoa. Mariamar é uma jovem mulher, que viveu toda a sua vida em Kulumani. Teve uma vida atribulada, marcada pela guerra, pela pobreza, pela violência e pela igno...