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A mostrar mensagens de dezembro, 2021
  Natal              A expressão   que me pareceu mais a propósito para invocar a memória do Natal encontrei-a na revista VISÃO, do passado dia 23, no artigo de Joana Mortágoa, a propósito de Bernie Madoff: “ É preciso mudar o sistema ” (o negrito é meu).         São duas as razões. A primeira, porque a proposta apresentada pelo Nazareno, também conhecida por “evangelho”, tem principalmente esse sentido radical: mudar o sistema. A segunda porque hoje, tal como há dois mil anos, a alternativa aos conciliábulos do calculismo com vista às próximas eleições não deve ser outra que não seja, “ é preciso mudar o sistema ”. Com clareza, sem gaguejar e sem subterfúgios. nelson anjos
  A Terra Inabitável            A Terra Inabitável é o testemunho, antecipado pelo autor, daquilo em que o planeta se transformará, a breve prazo, se o homem não desistir – parece estar ainda a tempo de o fazer – deste vício de fumar; – tabaco? outras drogas? não: – combustíveis fósseis. Claro que nem tudo será mau. Manter o modelo de civilização que temos, e o seu suporte económico – o capitalismo – assegurar-nos-á uma experiência única e irrepetível: assistir ao vivo à extinção da nossa própria espécie.        “A crise é hoje política (…). Na verdade, o clima é hoje posto em perigo pelo capitalismo (…). O custo da energia renovável caíu tanto nos últimos 25 anos que hoje é difícil medir o preço usando a mesma escala (por exemplo, desde 2009 os custos da energia solar cairam mais de 80%). Mas nos mesmos 25 anos, não cresceu praticamente nada a proporção de energia global que utilizamos proveniente das renováveis. Ou ...
  PÓS-CAPITALISMO   A democracia apenas o é enquanto for um processo em construção. São-no por isso muito pouco – ou já nem sequer o são – as assembleias dos parlamentos há muito adormecidas, sobre um colchão – ou será caixão ? – de formalidades burocráticas e salamaleques sabidos de cor, por funcionários que há muito deixaram de ser militantes. E estas assembleias tanto podem ser as dos parlamentos da “democracia”, dos “marxistas” ou dos “cristãos”. Acontece que este fenómeno, que é a erosão da quietude, se estende a um universo vasto de questões, no limite, a realidade ela própria. Em letra de poesia, “…tudo é feito de mudança, ganhando sempre novas qualidades”. Ou na voz da plebe: “parar é morrer”. Abreviando, é por estas e por outras que tenho para mim que, a “democracia” dos “democratas”, o “cristianismo” dos “cristãos” ou o “marxismo” dos “marxistas” não passam hoje de múmias petrificadas suscetíveis de interessar apenas a estudiosos de arqueologia social. Sem prej...
  O MAR, O MAR IRIS MURDOCH     “O Mar, O Mar”, é um dos livros mais interessantes de Iris Murdoch, que lhe rendeu, em 1978, o prémio de melhor romance do ano.   “Não desperdicemos o amor, ele é tão raro. Não podemos, por fim, amar-nos em liberdade, sem a horrível sede de posse, sem violência nem medo? O que importa é amar, não estar ‘apaixonado’. Não deixemos que haja mais despedidas. Que haja paz entre nós para sempre, não somos mais jovens.”   A história é centrada em Charles Arrowby, um antigo e famoso diretor de teatro que decide isolar-se e morar no litoral de Inglaterra, numa casa antiga, ‘Shruff End’, que pertencia a velha senhora Chorney. Todos os dias, sozinho, Charles aprecia o mar em frente da sua casa. Encanta-se com as suas muitas nuances de cor e com a lentidão ou brutalidade das ondas. Começa então a escrever um livro autobiográfico e, assim, no decorrer da história, vamos conhecendo, aos poucos, o seu passado no teatro, as suas muita...