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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2021
          Vencer o Medo        Para dar alguma “pica” ao povão, – e conseguir mais uns votozitos – como sempre acontece em períodos eleitorais, o poder prepara-se para, mais uma vez, lançar das suas janelas algumas mãos cheias de rebuçados. A “bazuca”, que se encontra já reduzida apenas a “vitamina”, não dá para mais. A “democracia” deixou de ser erótica e encontra-se, cada vez mais, próxima da pornografia de vão de escada. E o “viagra” político não resolve tudo. O parlamento e as suas comissões de inquérito aos Ricardos Salgados deste país estão para a “democracia” como a praxe académica pacóvia está para a universidade.  –   Como dizia o outro: por cá vamos andando! …        “Para grandes males, grandes remédios”. Em tempos de democracia de “fim da história”, e de medos, – novos e antigos – faz todo o sentido recuperar este convite de Carvalho da Silva a que vençamos o medo (Manuel Carvalho ...
  Foi no tempo da peste que aquele homem agreste, os lábios oprimidos, de tão juntos, mostrou gostar de defuntos e se pôs a predicar: aqui ninguém morreu. Essa gripezinha não vai me pegar, com minha história gloriosa não tem nada que possa me deter. Vamos escolher seguir em frente. A economia não pode parar. Foi no tempo da peste que aquele homem agreste deu o beijo da morte: e tombou Marielle, e tombou Bebiano, e tombou Adriano, e então ele saiu para abraçar o povo. De novo cuspiu, beijou, vociferou. E cada perdigoto fez defunto tombar. Aqui não aconteceu nada. Cada um para sua casa. Aqui ninguém morreu. E se morreu foi acidente, ou foi o acaso. O único caso suspeito é o meu. Quem mandou me matar e falhou? E tinham mesmo que morrer trinta mil. Sem uma guerra civil, o que será de nós? Foi no tempo da peste, repito, que aquele homem agreste, com os lábios tão juntos nos obrigou a contar defuntos, para dar de ombros no fim do dia, com uma piada...
  Em 1980, Chico Buarque lança o seu álbum Vida , no qual se inclui a canção Eu te Amo , cuja letra podem ler abaixo.  Eu te Amo Chico Buarque   Ah, se já perdemos a noção da hora, Se juntos já jogamos tudo fora, Me conta agora como hei de partir. Se, ao te conhecer dei pra sonhar, fiz tantos desvarios, Rompi com o mundo, queimei meus navios. Me diz pra onde é que inda posso ir. Se nós nas travessuras das noites eternas Já confundimos tanto as nossas pernas, Diz com que pernas eu devo seguir. Se entornaste a nossa sorte pelo chão, Se na bagunça do teu coração Meu sangue errou de veia e se perdeu. Como, se na desordem do armário embutido Meu paletó enlaça o teu vestido E o meu sapato inda pisa no teu. Como, se nos amamos feito dois pagãos, Teus seios inda estão nas minhas mãos, Me explica com que cara eu vou sair. Não, acho que estás te fazendo de tonta. Te dei meus olhos pra tomares conta, Agora conta como hei de partir.       ...