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A mostrar mensagens de outubro, 2022
  Tão felizes que nós não éramos! – Uma História da Família        “ Falava ainda Jesus ao povo, e eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora procurando falar-lhe. E alguém lhe disse: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar-te. Porém ele respondeu ao que lhe trouxera o aviso: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E estendendo a mão para os discípulos, disse: eis minha mãe e meus irmãos. (Mateus 12:46-49)”          Desconheço se algum antropólogo, ou sociólogo, se terá já ocupado do estudo dos meandros que conduziram esta ideia de família, que os evangelistas – no caso, Mateus – atribuíram ao Nazareno, ao cristianismo anão e pedófilo que os crentes de sacristia hoje professam. Ou, na mesma linha de raciocínio, para tempos mais próximos, que caminhos, a partir de Marx, terão levado aos campos de concentração de Estaline.        A ideia bíblica da epígrafe nã...
  Uma Tragédia Portuguesa   As forças políticas antidemocráticas vão-se infiltrando dentro do regime democrático, vão-no capturando, descaracterizando-o, de maneira mais ou menos disfarçada, e gradual, dentro da legalidade e sem alterações constitucionais, até que em dado momento o regime político vigente, sem ter formalmente deixado de ser uma democracia, surge como totalmente esvaziado de conteúdo democrático, tanto no que respeita a vida das pessoas como das organizações políticas. (Santos, Boaventura de Sousa, Esquerdas do Mundo, Uni-vos!, Coimbra, Almedina, 2019)          A figura do infiltrado , que Irene Flunser Pimentel (IFP) trata no seu mais recente livro – Informadores da PIDE, Uma Tragédia Portuguesa – levou-me a recuperar a passagem da obra de Boaventura Sousa Santos (BSS), Esquerdas do Mundo, Uni-vos! , que atrás transcrevi e que já tinha sido objeto de referência em texto anterior: “ As forças políticas antidemocrática...
  Esquerdas de Todo o Mundo, Uni-vos (?)        Volto a Boaventura Sousa Santos (BSS). Desta vez com Esquerdas de Todo o Mundo, Uni-vos! , onde substituo o ponto de exclamação do título do livro por um ponto de interrogação (?). Ao sentido, ou não, do apelo, coloca-se-me antes de mais a necessidade de resposta à(s) pergunta(s): unir para quê? em torno de que grande ou grandes ideias? – que de ideais está o mundo cheio. “(…) Continuam a ser possíveis rupturas violentas e golpes de Estado, mas é cada vez mais evidente que os perigos que a democracia hoje corre são outros, e decorrem paradoxalmente do normal funcionamento das instituições democráticas. As forças políticas antidemocráticas vão-se infiltrando dentro do regime democrático, vão-no capturando, descaracterizando-o, de maneira mais ou menos disfarçada, e gradual, dentro da legalidade e sem alterações constitucionais, até que em dado momento o regime político vigente, sem ter formalmente deix...