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A mostrar mensagens de novembro, 2022
  Por Razões de Agenda               Vale a pena voltar à Breve História do Progresso . Razões de agenda assim o recomendam. Que é como quem diz: razões de urgência. Hoje, tudo acontece mais depressa. Fazer crescer a população do planeta em 200 milhões, depois de Roma, levou 13 séculos; o crescimento dos últimos 200 milhões levou apenas três anos – lembra Ronald Wright. Suméria, Ilha de Páscoa, Roma e os Maias, com o ritmo de destruição dos recursos naturais de que dispunham, e as técnicas que dominavam, duraram mil anos cada. Mantendo o modelo de vida que levamos, num mundo caracterizado pela incerteza, há uma certeza que podemos ter: não chegaremos aos mil anos de existência pós-revolução industrial.         Em matéria de agenda, lembrava o autor em 2004: “(…) Há 12 anos, mesmo antes da cimeira ambiental do Rio de Janeiro, que levou au acordo de Kioto sobre as mudanças climáticas, ma...
  Escola da Rua                   A escola é – ou deveria ser – antes de mais uma manifestação em permanência contra a ignorância. Desde logo com “sala de aulas” na rua que, como se sabe, é local frequentado por muitas pessoas. Daí que seja de saudar a iniciativa dos jovens estudantes que, nos últimos dias, num verdadeiro exemplo de ensino universal gratuito para toda a população, se manifestaram das mais diversas formas contra a continuação do uso de combustíveis fósseis. Que, como se sabe, se encontra há muito identificado, sem que reste hoje margem para dúvidas, como o mais significativo contributo, decorrente da ação humana, para as alterações climáticas. Considero pois falsas as notícias que se leram e ouviram sobre a suposta gravidade das faltas dos jovens às aulas, a propósito das referidas manifestações: afinal, estiveram apenas ocupados a dar aulas de cidadania à população, tarefa da qual, a meu v...
  A Espuma da Democracia                  Numa das suas últimas habituais crónicas de sábado, no jornal Público (Público, 5 de Novembro de 2022) , José Pacheco Pereira (JPP) ocupa-se, em linha com o que se tem vindo a desenhar como sensibilidade dominante, com os riscos com que de forma cada vez mais evidente as democracia se confrontam nos tempos que correm. A palavra de JPP tem, juntamente com poucas outras, em regra, o condão de me surpreender, sempre pela lucidez, a que umas vezes se acrescenta a surpresa e outras o algo de novo que me ensina ou leva a descobrir. Não foi o caso e estranho. Admito desde logo, sem falsa modéstia ou ironia, limitações de leitor.         Não há discordância relativamente ao que é dito. Apenas a sensação de já ter lido aquilo algures, escrito pelo autor, por outros, em jornais, revistas ou nos livros que ultimamente têm vindo a ser escritos sobr...
  Cartilha do Povo (Para a Gente do Campo)   José Povinho        Mas como é que o governo encontra tantos deputados, sem honra nem vergonha, para lhe aprovarem os seus escândalos? João Portugal        Como? Comprando-os.       (José Falcão, Cartilha do Povo, Coimbra, 1884)            Como se pode concluir, o recente caso noticiado nos órgãos de informação, envolvendo autarcas de Montalegre, será apenas mais um de uma longa fila de “presumíveis inocentes” que vem já do século XIX. Onde o último tem sempre a “virtude” de fazer esquecer todos os anteriores. Deputados e autarcas vendem-se já – “presumivelmente inocentes”, claro – desde esse tempo.        O truculento fragmento que atrás se reproduz faz parte da Cartilha do Povo , um texto inicialmente anónimo – os poderes instituídos nunca perdoam a quem os q...