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A mostrar mensagens de janeiro, 2022
  Após 60 anos sob as asas dos Espanhóis, chega a libertação a 1 de Dezembro de 1640. Moita Flores, leva-nos até Vila Viçosa, onde D. João IV e sua esposa, Luísa de Gusmão, que nos levam a percorrer um percurso bem distante, desde a Batalha de Alcácer Quibir, em Ceuta. A Batalha sangrenta, o desaparecimento de D. Sebastião, o desejado, e todo o processo que mudou tantas vidas, neste cantinho que é Portugal! Dos males que sofreram sob o domínio Espanhol, não posso dizer que está desatualizado... A pressão continua sobre a população que menos rendimentos recebe; a classe média aperta o cinto, enquanto a classe Alta prega partidas a torto e a direito, predominando no seu todo! Há os que fogem, não sendo punidos; uns são ilibados, mesmo sendo culpados...  Portugal, Portugal... a onde vais parar? Cecília Pedro
  Uma Teoria da Democracia Complexa          “ As nossas sociedades estão a “consumir” o seu futuro de um modo insustentável (Cullen 2014, 76). De um ponto de vista ecológico, demográfico, financeiro, somos sociedades distraídas no tempo presente e incapazes de tomar o futuro em suficiente consideração, como as atuais circunstâncias exigem. Esta dificuldade de relacionamento com o nosso futuro é uma das causas que explicam o triunfo da insignificância nas atuais democracias mediáticas, a nossa insistente distração com o curto prazo. (…) ”        Inicia-se assim o capítulo 10 de “ Uma Teoria da Democracia Complexa ” de Daniel Innerarity. O autor parte da ideia de que as sociedades humanas constituem uma realidade de complexidade tendencialmente crescente, cada vez mais em confronto quer com os modelos criados para as representar quer com os instrumentos desenvolvidos para as regular. Que remontam, no essencial, ao advento da...
  Regresso a Eduardo Lourenço        Quando não me parece esperável o tal rasgo de génio nalgum dos tais “10 Melhores Livros do Ano”, todos os anos anunciados pelas editoras mediadas pela última palavra dos “críticos literários”, que justifique o seu custo, mas principalmente o tempo exigido para a sua leitura, refugio-me nos de sempre: Eça, Camilo, Aquilino.        O exaurido discurso dos líderes partidários, em campanha, leva-me a atitude idêntica. E fui uma vez mais desembocar em Eduardo Lourenço, para intervalar a leitura de Uma Teoria da Democracia Complexa de Daniel Innerarity. Que desde já recomendo. “ (…) Sejamos lúcidos: a campanha presidencial passada, por mais curta que seja a nossa memória cívica, se alguma coisa demonstrou foi que não havia, nem há, nenhuma Esquerda em Portugal que possa ser sujeito de um projeto político, económico e social com aquele mínimo de coerência e de credibilidade capaz de enc...
  Um Artista do Mundo Flutuante Kazuo Ishiguro Conhecido, sobretudo, pela obra ‘Os Despojos do Dia’, com a qual ganhou o Man Booker Prize de 1989, Kazuo Ishiguro (Prémio Nobel de 2017), conta-nos a história de um pintor profissional, especialista em pinturas do chamado mundo flutuante, o mundo das gueixas e dos locais de diversão noturna, muito em voga no Japão de antes da 2ª Grande Guerra.   Masuji Ono é um pintor na reforma, viúvo e com duas filhas adultas; perdeu o filho na guerra e a mulher, num bombardeamento.   Antes da guerra, Ono era um defensor do Japão antigo, imperial, estanque às influências ocidentais. Foi com esse espírito que apoiou a entrada do país na guerra.   No entanto, com a derrota e rendição do Japão, Ono vê o seu país, as suas filhas, os seus genros e até o seu único neto, de 8 anos, cada vez mais adeptos de um novo país, virado para o exterior, adotando, de certo modo, o american way of life , embora com algumas diferenças. Até o se...
  Autarquias, Partidos, Empreiteiros e Corrupção        “Ao longo das últimas décadas, o imobiliário tem sido um dos poderes mais resilientes, como agora se diz, na sociedade portuguesa. Foi um dos motores da acumulação financeira, concentrou investimentos e favores, promoveu a corrupção nas autarquias através da maquinaria da reclassificação de terrenos que permitiu mais-valias generosas e estimulou o desordenamento territorial que faz de algumas das nossas cidades montras do absurdo. O imobiliário foi rei, em parceria com partidos políticos, Governos, poderes locais. Foi um centro de redistribuição de lucros e apetites. Foi o lado obscuro da banca. Criou fortunas. Ao longo deste século, foi também o farol da especulação e o epicentro da crise mundial de 2008 e da recessão que se lhe seguiu, em que bancos caíram como castelos de cartas e os Estados se endividaram para os proteger. Agora, regressa ao centro das atenções e pelos piores motivos.” (Fran...